quarta-feira, 30 de julho de 2014

AOS MESTRES E SENHORITAS


Faço 26 anos com a certeza de que os bons amigos ficaram. Entra e sai ano e as pessoas que nos rodeiam, naturalmente, são renovadas. Um estudo da Revista Super Interessante mostra que, a cada 7 anos, você renova 50% de todos os seus amigos. Ou seja, os outros 50% que ainda permanecem no seu cotidiano, são sobreviventes de uma "batalha" natural involuntária. Ai meu Deus... Quanta gente bacana! Ainda bem que a reciclagem feita para as pessoas que rodeavam o meu universo foram certeiras... E a nostalgia chega!

- Aos amigos do condomínio onde moro desde que nasci (e que não os vejo mais, pois seguiram sua vida), digo que lembro de cada um com as melhores das recordações;
- Aos amigos da Escola Estadual Bernardo Monteiro digo que ainda bate em meu peito a vontade de um reencontro ocasionalmente planejado para se dividir lembranças que surgem em minha memória;
- Aos do Colégio Pe. Eustáquio, diria que foram os 3 anos de estudo mais rápidos que já vivi, mas que as pessoas jamais saíram da minha mente. Professores e alunos: amo cada um;
- Aos amigos do UNIBH diria que, apesar de ter ficado naquele lugar tempo suficiente para fazer dois cursos superiores, além do aprendizado profissionalizante, as pessoas ainda moram em meu peito. Desde os amigos que eu abraçava pra dar um carinhoso "boa noite" aos colegas que - eu também abraçava pra dar um "boa noite";
- Às pessoas que dividi um ambiente de trabalho e ao espírito de equipe, eu brindo... Obrigado a cada um!

- Aos amigos dos amigos, aos amigos profissionais, aos nada profissionais (que garantem pelo menos uma boa risada), a cada uma dessas gargalhadas, eu agradeço.

Obrigado pelo carinho e por manterem acesa a chama de nossa amizade!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

SARGENTO FÁBIO - Minha Voz é Autoridade

Esta é a última publicação da série Minha Voz é Autoridade.

Cinco vídeos de pessoas cansadas de lidar com os métodos paliativos do sistema maior resolveram falar na frente das câmeras, tudo aquilo que estava em seu peito.

Um por dia. Uma semana inteira para conhecer quem são aqueles que deixaram o posto de autoridade de lado (pelo menos por um curto momento) e representaram a sociedade com suas vozes imponentes.

Hoje vamos conhecer o Sargento Fábio, ex. policial militar do Rio de Janeiro ,afastado das atividades. Ele foi vítima de tentativa de execução e foi atingido por vários tiros enquanto estava a trabalho. Vários dele contra a cabeça, mas não foram suficientes para matar o policial.

Ele tem sequelas do ocorrido, que paralisou parte de seu corpo. Sua indignação é sobre o amparo que os policiais, vítimas de agressão, não recebem. Atualmente recebe somente R$ 590 de auxílio, salário bastante inferior quando comparado ao vencimento pago à classe, que chega a quase R$ 3.300.





No vídeo, o ex. policial diz que a cirurgia que necessita custa mais de R$ 80 mil.

Espero que tenha gostado deste apanhado que foi o Minha Voz é Autoridade. Obrigado por acompanhar!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

SARGENTO MARDÔNIO - Minha Voz é Autoridade

Esta é a quarta publicação da série Minha Voz é Autoridade.

Cinco vídeos de pessoas cansadas de lidar com os métodos paliativos do sistema maior resolveram falar na frente das câmeras, tudo aquilo que estava em seu peito.

Um por dia. Uma semana inteira para conhecer quem são aqueles que deixaram o posto de autoridade de lado (pelo menos por um curto momento) e representaram a sociedade com suas vozes imponentes.

Hoje vamos conhecer o Sargento Mardônio, que fala sobre a falta de incentivo das políticas públicas nos assuntos que dizem respeito ao amparo as policiais militares. A reportagem é sobre um companheiro de trabalho do policial que foi baleado por dois menores de idade, em uma moto.

Ele afirma que há a necessidade de uma reformulação do estatuto da criança e do adolescente, pois o menor é apreendido e em seguida, solto.



"Nós estamos brincando de enxugar gelo. A polícia, todo dia, prende e os homens são soltos. As leis estão beneficiando e não tem uma mudança nas leis." e "Hoje, quem está mais matando, são os menores, porque sabem e tem a certeza da impunidade. No máximo, quando o crime é muito grave, pegam uma pena de 45 dias, que eles chamam de 'engorda'. Vão pra lá pra jogar bola, ver televisão, comer beber e dormir."

As indignações do sargento começam em 1:15.

Amanhã, sexta-feira, tem o último vídeo desta série Minha Voz é Autoridade. Não perca!

quarta-feira, 14 de maio de 2014

FISCAL DE TRÂNSITO JÚLIO DINIZ - Minha Voz é Autoridade

Esta é a terceira publicação da série Minha Voz é Autoridade.

Cinco vídeos de pessoas cansadas de lidar com os métodos paliativos do sistema maior resolveram falar na frente das câmeras, tudo aquilo que estava em seu peito.

Um por dia. Uma semana inteira para conhecer quem são aqueles que deixaram o posto de autoridade de lado (pelo menos por um curto momento) e representaram a sociedade com suas vozes imponentes.

Este é o Agente da cia de Trânsito da Prefeitura de Belo Horizonte (BHTrans). Cansado das políticas e propostas mentirosas que ocorrem dentro da empresa, Júlio Diniz, expõe seu posicionamento sobre os acontecimentos do meio em que estava inserido, na época. Este vídeo foi divulgado há quase um ano - período em que acontecia a Copa das Confederações Fifa, no Brasil.

Abaixo o vídeo, na íntegra, de como foi seu protesto e os milhares de acessos que a produção original obteve.


"Não há um semáforo para pedestres". "Trabalho há 14 anos e todos os dias eu sou o Filho da Puta" e "Todos os dias uma ameaça" são algumas das frases do agente. Ao fim do vídeo, o Fiscal de Trânsito tira o fardamento completo dizendo à câmera "Vou indo nessa, porque roupa suja se lava em casa."

Júlio Diniz é poeta e legítimo crítico social, além de criador do projeto "A Gente no Trânsito". Para quem tiver curiosidade de conhecê-lo melhor, basta acessar este link.

Amanhã, quinta-feira, tem o quarto e penúltimo vídeo desta série Minha Voz é Autoridade. Não perca!

terça-feira, 13 de maio de 2014

DELEGADO SÉRGIO RIBEIRO - Minha Voz é Autoridade

Esta é a segunda publicação da série Minha Voz é Autoridade.

Cinco vídeos de pessoas cansadas de lidar com os métodos paliativos do sistema maior resolveram falar na frente das câmeras, tudo aquilo que estava em seu peito.

Um por dia. Uma semana inteira para conhecer quem são aqueles que deixaram o posto de autoridade de lado (pelo menos por um curto momento) e representaram a sociedade com suas vozes imponentes.

Hoje vamos conhecer o Delegado de Polícia Civil, Sérgio Ribeiro, que apreendeu alguns menores de idade, em Cuiabá/MT, por tráfico de drogas. Menos de 24 horas depois de prender os jovens ele recebeu um mandado de soltura, expedido pela juíza da cidade.

No vídeo, abaixo, você vai ver a indignação do Delegado, que não aguenta mais o desgaste de prender bandidos, pois a justiça local não mantém meliantes e traficantes na cadeia. As alfinetadas que ele direciona à delegada e à "justiça" começam aos 4:15, mas você pode assisti-lo do início ao fim.


Nesta entrevista, ele faz alguns desabafos sobre o tratamento dado à casos de traficantes de droga na região. "A partir de hoje eu quero dizer o seguinte: a polícia civil não vai mais prender menores."

Amanhã, quarta-feira, tem o terceiro vídeo desta série Minha Voz é Autoridade. Não perca!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

SARGENTO FAHUR - Minha Voz é Autoridade

Esta é a primeira publicação da série Minha Voz é Autoridade.

Sabe... Tendo trabalhado dentro da mídia televisiva, já observei que o público se identifica bastante com as "verdades" ditas por "representantes sociais". Aqueles casos em que acontece um escândalo e um "entrevistado de peso" dá uma declaração que ninguém estava esperando e que deixe o público com o sentimento de "ele tem razão". Quando isso acontece, a sintonia que a audiência desenvolve para com a fonte pode se tornar algo muito grande, dando visibilidade extraordinária a ela. É isso que vou mostrar esta semana!


Cinco vídeos de pessoas cansadas de lidar com os métodos paliativos do sistema maior resolveram falar na frente das câmeras tudo aquilo que estava em seu peito. Um por dia, vamos conhecer as pessoas que deixaram o posto de autoridade de lado (pelo menos por um curto momento) e representaram a sociedade com suas vozes imponentes.




Conheçam o policial rodoviário estadual, Sargento Fahur. Ele se tornou muito conhecido em meados de 2013, por causa de seu comportamento ao dar entrevistas sobre as operações anti-drogas que sua guarnição faz, periodicamente. Já são vários os vídeos da internet e, juntos, contabilizam quase 1,5 milhão de visualizações.


No vídeo, abaixo, você vê uma entrevista dada recentemente pelo Sargento do Paraná na qual ele demonstra sua indignação adjetivando os traficantes de "animal peçonhento", "esses lixo" e "porco".



"Vai comer às nossas custas né? Porque se houvesse pena de morte, ele não voltava mais a cometer esse tipo de crime. Mas como se diz: não somos obrigados a concordar com a lei; somos obrigados a cumprir." 



Em outro vídeo da internet (um dos primeiros), o sargento é perguntado se não tem medo de falar daquela forma sobre os bandidos. Ele responde: "Podem até atirar em mim, mas 'tão' comprando briga com 20 mil homens na Polícia Militar. Serão perseguidos, mortos ou presos. Eu não tenho medo. Se eu tivesse medo, não estaria usando uma farda da Polícia Militar."

Amanhã, terça-feira, tem o segundo vídeo desta série Minha Voz é Autoridade. Não perca!


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

CAPACETE E COLETE PRA QUE TE QUERO

Segunda-feira, dia 10 de fevereiro de 2014 e o rádio já noticiava pela manhã. "Morre o cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Ilídio Andrade, após ser atingido por um rojão na manifestação de quarta-feira, 6, no Rio de Janeiro." Parei, pensei e disse: meu Deus!



(Foto: Agência O Globo)

Mais um membro da imprensa FOI MORTO. Assassinatos de uma maneira geral sempre causam estranhamento, indignação e revolta. Mas imagine a morte de um profissional de imprensa, que trabalhava em prol da informação de uma massa na qual milhões de habitantes acompanham. Pessoas que se informam enquanto assistem os noticiários em suas casas e em seus trabalhos. O assassino do cinegrafista também assistiu ao noticiário. TODOS. Civis de bem ou rebeldes, novos ou velhos, simpatizantes ou contrários à mídia, assistem aos telejornais. A informação move o mundo e faz de nós, pessoas mais culturalizadas e atualizadas sobre o que acontece ao nosso redor. Absurdo é ferir a imprensa num ato isolado de individual egoismo. Assim que socorrido, Santiago foi imediatamente encaminhado para um pronto atendimento também no centro do Rio e foi mantido em coma induzido desde então.

(Foto: Divulgação)

Até onde se sabe, o cinegrafista da Band fazia a cobertura da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus, sozinho. SOZINHO? Explico. Na mídia televisiva, temos algumas equipes à disposição do veículo para qual trabalhamos. Essas equipes, quando completas, na maioria das vezes inclui um motorista (que também costuma desenvolver a tarefa de auxiliar técnico), um cinegrafista e um repórter. Quando a cobertura de uma notícia atual (o que chamamos de factual) é feita sem a presença de um repórter e visa apenas a captura de imagens para se dar conteúdo em estúdio, chamamos de equipe abelha. Nesse fim de semana, um tatuador, identificado como Fábio Raposos, se entregou à polícia e afirmou ter passado o rojão que atingiu o cinegrafista da Band a um manifestante encapuzado.

Não tão distante, um outro cinegrafista da emissora foi morto numa troca de tiros entre a Polícia Tática do Rio, o BOPE, e traficantes da favela de Antares. Gelson Domingos da Silva usava colete a prova de balas no momento que foi atingido pela munição de armamento pesado e veio à óbito. Dois repórteres cinematográficos mortos de maneira covarde em pouco mais de dois anos.

(Foto: Divulgação)

Óbvio. Ou não tanto quanto parece! Só eu percebo que jornalistas quando participam de coberturas policiais se tornam alvos fáceis para a vagabundagem? Imagine um bandido em fuga ou na necessidade de dispersão da atenção policial. Ele sabe que as autoridades, como o próprio nome diz, são especialistas no que fazem. Portanto, a forma mais possível, plausível e provável de impedir ou diminuir o avanço policial é ferindo um civil ou, principalmente, um integrante da mídia que estiver acompanhando. Em casos um pouco diferentes, dois outros integrantes da Rede também foram assassinados no mesmo período. A diferença é que Marcelo Casimiro e Gean Carlos Becker não exerciam a função profissional no momento de suas execuções. Ambos também por motivo banal. Marcelo foi vítima de dois tiros a queima roupa de um vizinho aposentado da Polícia Civil por causa de uma discussão que tinha como principal fator um entulho na rua. Gean foi morto com disparo na cabeça e sua ex. esposa foi a principal suspeita.

É amigo! Como sabe, a maior parte do tempo que trabalhei com TV, inclusive na Band Minas, foi acompanhando jornalismo policial e investigativo. Vemos cada coisa que é de embrulhar o estômago. E os cinegrafistas... Esses sim vêem mais coisas exóticas que a gente. Muitas vezes se expõem até mais que o repórter. Fiz um levantamento médio do salário de cinegrafistas que trabalham entre 2 e 3 anos em Belo Horizonte. Das quatro pessoas perguntadas sobre sua renda em TV, obtive o valor que varia entre R$ 2200 e R$ 2700. Bruto! Vale a pena se arriscar dessa forma? Acho que por dinheiro nenhum. A vida não é etiquetada e colocada a disposição para compra.

Bom profissional que era, o cinegrafista tinha em seu currículo dois prêmios sobre mobilidade urbana e já estava escalado para cobrir a Copa do Mundo FIFA no Brasil.

Santiago se foi. Não por sua vontade, mas pela irresponsabilidade de quem merece pagar pelos seus atos de rebeldia e violência contra a sociedade. Ele deixa sua esposa e uma filha.